O Brasil deu um passo histórico no enfrentamento da dengue. Nesta quarta-feira (26/11), a Anvisa aprovou a primeira vacina de dose única capaz de proteger contra os quatro sorotipos da doença. Desenvolvida pelo Instituto Butantan, a Butantan-DV será incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) a partir de 2026.
“Hoje é um dia de vitória da ciência, da vacina e do SUS”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
100% brasileira e com alta eficácia
O imunizante, produzido com tecnologia de vírus vivo atenuado, passou por mais de dez anos de estudos. Os resultados clínicos, envolvendo 11 mil participantes, mostraram:
- 74,7% de eficácia geral
- 91,6% de proteção contra casos graves
- 100% de eficácia para evitar hospitalizações
A vacina será aplicada em pessoas de 12 a 59 anos. Gestantes, idosos e imunocomprometidos ainda não estão contemplados, mas estudos para esses grupos estão em andamento.
Impacto imediato
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, mais de 1 milhão de doses já estão prontas para distribuição assim que o PNI oficializar a incorporação. A expectativa é chegar a 30 milhões de doses até meados de 2026.
Em 2025, São Paulo registrou 860 mil casos e 1.108 mortes por dengue. Para o governo paulista, esses números devem cair de forma significativa com a chegada da imunização.
Mudança no cenário global
O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, destacou que a dengue já ultrapassou regiões tropicais e avança para países do hemisfério norte, impulsionada pelas mudanças climáticas. A aprovação da vacina brasileira pode se tornar referência internacional.
Monitoramento contínuo
O termo de compromisso firmado entre Anvisa, Ministério da Saúde e Instituto Butantan prevê farmacovigilância ativa e coleta contínua de dados para garantir segurança e eficácia da vacina.
A dose única é vista como um diferencial essencial para ampliar a adesão da população, acelerar a imunização e reduzir internações, mortes e pressão sobre o sistema público.


