O estudo irá viabilizará o aperfeiçoamento de ações estratégicas no enfrentamento da pandemia no Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apresentou uma das maiores iniciativas no campo das pesquisas de prevalência da infecção por Covid-19. O estudo, que irá mostrar o comportamento do vírus em território nacional, vai contar com a participação de 211.129 brasileiros, em mais de 62 mil domicílios de 274 munincípios a partir de 1º de junho. Os participantes serão testados para identificar a presença de anticorpos do tipo IgG para a Covid-19, apontando quem já foi contaminado ou desenvolveu imunidade após a vacinação. A metodologia da pesquisa foi apresentada em entrevista coletiva, em Brasília.
O ministro da Saúde ressaltou a importância dessa forma de estratégia para diminuir a transmissão de casos de Covid-19. “Nós temos um único inimigo – o vírus – precisamos pôr fim a circulação dele para que possamos retomar a vida. O Governo Federal tem atuado fortemente para apoiar estados e municípios no enfrentamento à pandemia”, destacou Queiroga. “Mais de R$ 200 milhões foram investidos neste estudo, reforçando o apoio do governo em pesquisas, na ciência e na tecnologia”.
O estudo de soroprevalência vai mostrar qual é o comportamento do vírus no Brasil, como e em quais estados, capitais ou regiões metropolitanas a infecção pela Covid-19 tem sido mais intensa. Os resultados dos exames dos participantes servirão como uma amostragem para a pesquisa, indicando qual é o cenário epidemiológico em todas as regiões do país.
“A pesquisa vai trazer importantes evidências. Temos o comprometimento de nossa comunidade que acredita no SUS, não só no atendimento, mas também em pesquisa e inovação. Precisamos de um país como o Brasil, que produza pesquisas necessárias”, reforçou a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Socorro Gross.
A partir dos dados coletados, será possível observar as características socioeconômicas e epidemiológicas dos pesquisados, bem como o cálculo da letalidade da doença, fornecendo subsídios para que o Ministério da Saúde possa traçar as melhores estratégias no enfrentamento da pandemia.
“Nós teremos também a oportunidade de acompanhar os dados de vacinação, se essa população tomou a primeira e segunda dose e o histórico de saúde dessas pessoas. Certamente é um dos maiores estudos sorológicos já realizados sobre Covid-19 no mundo que irá gerar um mapa detalhado da transmissão e comportamento da Covid-19”, ressaltou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
O teste de anticorpos também indica se você foi contaminado ou vacinado anteriormente e se o seu corpo desenvolveu imunidade para a doença – ele não detecta a enfermidade na fase aguda. Neste caso, é fundamental procurar um médico o quanto antes.
A coletiva também contou com a participação das outras instituições envolvidas no projeto – o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Osnei Okumoto; o secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira; a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade; o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto e o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
COMO VAI FUNCIONAR
A pesquisa trabalhará com pessoas selecionadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – a PNAD COVID-19, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). As informações sobre a identificação dos participantes ficarão em sigilo.
As pessoas serão contatadas primeiramente por ligação telefônica, com reforço por mensagem de texto ou Whatsapp. Essa ligação vai confirmar alguns dados do participante e perguntará quantos e quais moradores daquela residência aceitam participar do estudo. A adesão é voluntária e menores de 18 anos precisam ter a autorização de pais ou responsáveis.
Depois da confirmação dos dados, o agendamento para coleta de sangue é realizado de acordo com o dia e horário definido pelo participante. Os técnicos que farão a coleta nas residências estarão uniformizados com crachá de identificação, camiseta e boné com a marca da campanha.
Os participantes terão acesso ao exame de forma individual. O Ministério da Saúde divulgará os resultados da pesquisa em documentos técnicos e coletivas de imprensa – a previsão de conclusão é para setembro deste ano.
Ministério da Saúde