2025: o ano em que a política cobrou seu preço das mulheres

O ano de 2025 ficará marcado como um dos mais duros da história política recente do Brasil. Julgamentos de alto impacto, crises institucionais, radicalização ideológica e violência simbólica atravessaram o país e expuseram as fragilidades da democracia. Nesse cenário, as mulheres estiveram entre as mais afetadas.

Ao longo do ano, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado intensificou a polarização e elevou o tom do debate público. O que se viu foi um ambiente político cada vez mais hostil, no qual mulheres que atuam na política, no Judiciário, no jornalismo e na comunicação passaram a ocupar o centro dos ataques.

A violência política de gênero se manifestou de diversas formas: campanhas de desinformação, assédio digital, intimidação pública e tentativas de deslegitimação institucional. Embora nem sempre explícita, essa violência foi constante e estruturante, afetando a participação feminina nos espaços de decisão e ampliando desigualdades históricas.

Episódios de violência institucional, crises na segurança pública e tensões diplomáticas também tiveram impacto direto sobre a vida das mulheres, especialmente nas periferias. Em 2025, foram elas que lidaram com o luto, a insegurança, a sobrecarga econômica e a ausência do Estado, enquanto decisões políticas continuaram sendo tomadas majoritariamente sem sua presença.

A retrospectiva de 2025 revela um dado incontornável: a democracia brasileira segue sendo mais dura com as mulheres. O ano termina deixando uma lição clara — não há estabilidade política possível enquanto metade da sociedade continuar enfrentando mais riscos para participar do debate público.

O Mulher Capital Brasília encerra 2025 reafirmando seu compromisso com uma leitura política que não invisibiliza quem mais sente os efeitos das crises. Olhar para o que passou é também compreender o que precisa mudar.

Últimas