Mulheres advogadas, poder e representatividade: um dezembro simbólico na CLDF

Dezembro tem sido um mês simbólico para a Câmara Legislativa do Distrito Federal no que diz respeito à valorização do protagonismo feminino. Entre as iniciativas realizadas, uma sessão solene marcou o reconhecimento às mulheres advogadas que atuam no DF, em referência ao Dia da Mulher Advogada, celebrado em 15 de dezembro.

A homenagem foi proposta pela deputada Jaqueline Silva (MDB), que destacou o compromisso do Parlamento com a representatividade e com a defesa das mulheres na advocacia. Para a parlamentar, fortalecer a atuação das advogadas é também fortalecer o sistema de Justiça e a democracia.

O encontro reuniu lideranças do meio jurídico e político, entre elas a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, que falou a partir de sua própria trajetória profissional. Advogada, ela ressaltou a importância da presença feminina nos tribunais e nos espaços de decisão, defendendo que o olhar das mulheres contribui para uma Justiça mais equilibrada e plural.

A desigualdade de gênero dentro das instituições foi um dos pontos centrais do debate. A ex-presidente da OAB-DF, Estefânia Viveiros, lembrou que, apesar do avanço da participação feminina na advocacia, a ocupação dos cargos de poder ainda é exceção. Em mais de seis décadas de história da OAB-DF, apenas uma mulher presidiu a entidade.

A necessidade de ampliar a participação política das mulheres também foi defendida por representantes da Ordem. Para a diretora da Mulher da OAB-DF, Nildete Santana, direitos fundamentais só avançaram no país porque houve mulheres ocupando cadeiras no Congresso. O presidente da OAB-DF, Paulo Maurício, reforçou esse entendimento ao anunciar a criação de um observatório para acompanhar e garantir condições justas às candidaturas femininas nas próximas eleições.

Outras vozes femininas trouxeram reflexões sobre o papel social da advocacia. A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Sthefany Vilar, destacou que cada mulher que transforma sua experiência em atuação jurídica amplia o acesso à Justiça. Já a presidente do Instituto dos Advogados do DF, Jaqueline Domenico, ressaltou que a sensibilidade feminina, muitas vezes tratada como fragilidade, é um diferencial na construção de soluções mais humanas.

O tema da violência contra a mulher atravessou os discursos. A presidente da Caixa de Assistência da OAB-DF, Lenda Tariana, chamou atenção para o aumento de auxílios destinados a advogadas vítimas de violência doméstica, enquanto a vice-presidente da OAB-DF, Roberta Queiroz, defendeu união e ação institucional no enfrentamento ao problema. Representando a Defensoria Pública, Rafaela Mitre destacou que o sistema de Justiça ainda falha ao proteger as prerrogativas das mulheres advogadas.

A sessão foi encerrada com a entrega de certificados às profissionais que se destacaram na defesa da advocacia feminina no Distrito Federal. Mais do que uma homenagem pontual, o evento reforçou o papel da Câmara Legislativa como espaço de debate e reconhecimento das mulheres, consolidando dezembro como um mês marcado por pautas de igualdade, visibilidade e fortalecimento institucional feminino.

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