A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura as circunstâncias da morte da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, encontrada carbonizada na tarde de sexta-feira (5), no Setor Militar Urbano. A investigação segue a linha de feminicídio, após a confissão de um soldado que relatou ter discutido com a vítima pouco antes do crime.
Em vídeo divulgado pela corporação, o delegado Paulo Noritika, da 2ª Delegacia de Polícia, explicou que o suspeito afirmou ter sido pressionado por Maria de Lourdes a terminar um relacionamento e assumir um suposto envolvimento com ela — versão contestada pela família da cabo, que nega qualquer relação entre os dois. O militar não possuía antecedentes criminais.
Segundo o delegado, o suspeito permanece sob custódia no Serviço de Guarda do Exército e deverá responder por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, crimes que, somados, podem resultar em até 54 anos de prisão.
Corpo encontrado após incêndio no regimento
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal foi acionado para apagar um incêndio dentro do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG). Durante o rescaldo, os socorristas localizaram o corpo carbonizado de uma mulher, com um corte profundo no pescoço.
A corporação informou ainda que havia grande quantidade de material combustível no local e que as chamas foram rapidamente controladas para evitar a propagação do fogo a outras edificações.
Luto no Exército
Maria de Lourdes integrava a banda do regimento como saxofonista. Em nota, o 1º RCG lamentou a morte da militar e destacou sua dedicação e compromisso com a instituição.
O Exército comunicou que o soldado suspeito foi preso em flagrante após confessar o crime e que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). A corporação também informou que o militar deverá ser excluído da Força e que está prestando assistência à família da vítima.
Casos recentes reacendem alerta sobre violência contra mulheres
A morte de Maria de Lourdes ocorre em meio a uma sequência de feminicídios que têm gerado forte comoção no país. Em uma semana, diferentes cidades registraram crimes brutais contra mulheres, incluindo assassinatos a tiros, atropelamentos intencionais e incêndios provocados.
Em Pernambuco, nesta terça-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o aumento dos casos e defendeu maior engajamento dos homens no enfrentamento à violência de gênero, ressaltando que a mudança cultural é urgente para reduzir os índices de feminicídio no Brasil.


