Gilmar Mendes nega pedido da AGU e critica manifestação de Jorge Messias sobre lei de impeachment do STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (4) o pedido de reconsideração apresentado pelo chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, referente à decisão que suspendeu trechos da Lei 1.079/1950, que trata de processos de impeachment — incluindo os aplicáveis a ministros da Corte.

Na decisão, Gilmar Mendes fez críticas indiretas, classificando o pedido da AGU como “incabível e informal”, afirmando que a manifestação apresentada por Messias ficou em um “limbo processual”, por não configurar tecnicamente nenhum tipo de recurso previsto.

“A AGU não se manifestou quando foi chamada”

O ministro também destacou que, quando o STF solicitou manifestações oficiais sobre o tema, a Advocacia-Geral da União permaneceu em silêncio.
Na ocasião, quem se pronunciou foi:

  • Presidência da República, por meio do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
  • Senado Federal, por intermédio de sua advocacia;
  • Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo Gilmar, a ausência da AGU naquele momento enfraqueceria o pedido atual, reforçando sua inadequação processual.

Ministro defende atualização da lei de 1950

Ao reafirmar sua decisão, Gilmar Mendes voltou a defender a necessidade de atualizar a legislação de 1950, que ele considera incompatível com a Constituição de 1988.
O ministro tem reiterado que pontos da lei estão defasados, especialmente no que diz respeito ao papel da Procuradoria-Geral da República, órgão responsável por apresentar denúncias e pedidos de impeachment nos moldes constitucionais atuais.

Em entrevistas, Gilmar Mendes afirmou que a norma precisa ser “adequada à realidade constitucional vigente”, já que a Carta de 1988 estabeleceu novos parâmetros institucionais.

Clima político

A negativa ao pedido é interpretada como um endurecimento do ministro em relação à manifestação de Jorge Messias, que aguarda definição de data para sua sabatina no Senado, após ter sido indicado ao próprio STF.

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