Trump envia sinais contraditórios sobre possíveis ações dos EUA na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adotar posições divergentes sobre sua estratégia em relação à Venezuela, alternando entre a possibilidade de ataques militares, negociações com Nicolás Maduro e até uma eventual invasão terrestre.

Na sexta-feira (…), fontes do governo indicavam que o presidente avaliava autorizar bombardeios cirúrgicos contra alvos militares ligados ao narcotráfico. A movimentação envolvia reuniões com nomes centrais da administração, como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Estado Marco Rubio. A tensão cresceu até a divulgação de uma pesquisa Ipsos mostrando que 51% dos americanos eram contrários à ação militar — um dado que esfriou o ímpeto inicial da Casa Branca.

No fim de semana, Trump voltou atrás e afirmou que poderia negociar com Maduro. Horas depois, retomou o tom duro e admitiu, pela primeira vez, que uma invasão terrestre não estava descartada. Paralelamente, Marco Rubio anunciou que o Departamento de Estado classificará o chamado “Cartel de los Soles” como organização terrorista — grupo que especialistas afirmam ser mais uma construção política do que uma estrutura criminosa real.

A forte presença militar dos EUA no Caribe, a maior desde 1962, tem como objetivo aumentar a pressão sobre o regime venezuelano. Mas as intenções reais de Washington permanecem incertas: forçar uma ruptura interna ou obter concessões políticas? Ambos os cenários são considerados improváveis diante da ligação dos militares venezuelanos com o regime e da ausência de condições para uma negociação democrática duradoura.

Com riscos elevados para Maduro — tanto em resistir quanto em ceder — as próximas movimentações de Trump serão decisivas para definir se a crise avança para o confronto, para a barganha ou para novos recuos táticos do presidente americano.

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