Sociedade civil pressiona COP30 em semana decisiva

No único dia de pausa oficial da COP30, em Belém, a sociedade civil ocupou o protagonismo. A Cúpula dos Povos encerrou suas atividades neste domingo (16/11) entregando ao presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, um manifesto assinado por mais de 1.100 organizações do mundo inteiro. O documento denuncia racismo ambiental, critica a lógica capitalista aplicada à transição energética e aponta o “fracasso do atual modelo de multilateralismo”.

A carta propõe ao menos 15 intervenções e afirma que bens naturais — ar, florestas, águas e minérios — não podem permanecer sob domínio privado. Ao receber o manifesto, Corrêa do Lago afirmou que levará as demandas às negociações desta semana, consideradas as mais difíceis da cúpula. Os países precisam chegar a consenso sobre cortes de gases de efeito estufa e financiamento climático.

O presidente Lula, em carta lida por Marina Silva, destacou a importância da mobilização popular para viabilizar a COP30 e confirmou agenda com o secretário-geral da ONU nesta quarta (19/11). No mesmo evento, a Cúpula das Infâncias entregou um documento produzido por 700 crianças e adolescentes, alertando para o medo do futuro diante da crise climática e pedindo mais áreas verdes, proteção da Amazônia e educação ambiental.

Com debates travados e prazo curto, a pressão vinda das ruas reforça que o resultado final da COP30 dependerá da capacidade dos líderes globais de ouvir as vozes que ecoaram em Belém.

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