Trump critica Brasil às vésperas da COP30, e Helder Barbalho rebate: “É melhor agir do que postar”

Na véspera da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em

Na véspera da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a tensão diplomática com o Brasil ao fazer críticas ao governo federal nas redes sociais. Em uma publicação na Truth Social, neste domingo (9), o republicano acusou o país de “devastar a Floresta Amazônica” para construir uma estrada.

“Eles devastaram a floresta amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas viajarem. Isso virou um grande escândalo!”, escreveu Trump, em referência à Avenida Liberdade, obra viária em andamento na capital paraense.

A declaração, feita às vésperas da COP30, gerou reação imediata. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), respondeu ao norte-americano também pelas redes sociais, ironizando o comentário e defendendo o projeto. “Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia, com destaque para o estado do Pará, que obteve o melhor resultado”, afirmou.

Barbalho ainda convidou Trump a participar da conferência e reforçou o compromisso do Brasil com a agenda ambiental. “Ainda dá tempo de passar na conferência, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”, completou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a Avenida Liberdade possui licenciamento ambiental regular e acompanhamento técnico contínuo, sem ligação direta com a COP30. O governo do Pará classifica o empreendimento como uma obra sustentável, com foco em mobilidade e integração urbana.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) reforçam o argumento do governador: o Pará lidera a redução do desmatamento na Amazônia Legal, com queda de 12,4% no último ciclo anual e de 60% em relação a 2021.

Enquanto o Brasil tenta reafirmar seu papel de liderança na agenda ambiental global, os Estados Unidos — sob nova gestão de Trump — voltam a se afastar do debate climático. Desde seu retorno à Casa Branca, o republicano retirou o país novamente do Acordo de Paris e suspendeu políticas voltadas à energia renovável. Autoridades norte-americanas confirmaram que nenhuma delegação oficial dos EUA participará da COP30 — a primeira ausência completa desde 1992.

Com isso, Belém se torna não apenas o palco central das discussões ambientais, mas também o cenário de um novo embate político internacional, que reforça a urgência de transformar promessas em ações concretas para o planeta.

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