O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa nesta segunda-feira (4/11) o julgamento que pode resultar na cassação do mandato e na inelegibilidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Ele é acusado de abuso de poder político e econômico por meio de um esquema de criação de cargos secretos no governo estadual, revelado por uma série de reportagens do UOL.
Além de Castro, outros 12 réus são investigados no processo, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), e o ex-vice-governador Thiago Pampolha (MDB) — que deixou o cargo em maio deste ano para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).
O esquema dos “cargos fantasmas”
A denúncia teve origem em reportagens publicadas em 2022, que mostraram que milhares de pessoas foram contratadas sem transparência pelo Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Essas contratações seriam parte de uma rede de cabides de emprego, mantida para favorecer aliados políticos e ampliar a base eleitoral do governador durante o período pré-eleitoral. Segundo as investigações, parte dos pagamentos era feita de forma irregular, em dinheiro vivo, dificultando o rastreamento dos beneficiários.
O que está em jogo
O processo no TSE é considerado um dos mais importantes da atual agenda política do país, pois pode alterar o cenário eleitoral do Rio de Janeiro e impactar a base política do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Se condenado, Cláudio Castro pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos, o que abriria uma crise política no estado e obrigaria a realização de novas eleições.
Contexto nacional
O julgamento ocorre em meio a um debate crescente sobre abuso de poder e uso indevido da máquina pública, num momento em que a segurança pública e a crise política fluminense colocam o Rio de Janeiro novamente no centro das atenções nacionais.


