O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou nesta quinta-feira (9) sobre a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação nas redes sociais, o parlamentar usou tom crítico e chamou Barroso de “Woke”, termo utilizado por grupos conservadores para se referir, de forma pejorativa, a pessoas ligadas a pautas progressistas e de direitos sociais.
Segundo Eduardo, Barroso teria reduzido a influência da direita nas redes sociais e censurado vozes conservadoras durante sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O deputado ainda insinuou que o ministro poderia temer ser alvo de sanções com base na Lei Magnitsky Global, norma internacional que prevê punições a agentes públicos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
Em sua publicação, o parlamentar citou também o ativista americano Mike Benz, ex-integrante do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que apresentou ao Congresso Nacional um vídeo com trechos de uma fala de Barroso. O material, segundo Eduardo, foi usado por deputados da oposição como exemplo de uma suposta interferência da Justiça brasileira nas redes sociais.
O termo “Woke”, de origem afro-americana, ganhou notoriedade nos anos 2010 e passou a ser associado a movimentos de consciência social, feminismo, ativismo LGBT e políticas identitárias. No entanto, o vocábulo tem sido frequentemente utilizado de maneira crítica por setores conservadores para se referir ao que consideram um “excesso de politização” das causas sociais.
Mais cedo, Barroso afirmou que sua decisão de deixar o STF não tem qualquer relação com eventuais sanções internacionais. O ministro disse que sua saída foi “longamente amadurecida” e motivada pelo desejo de “seguir novos rumos” após 12 anos na Corte.
“Já cumpri meu papel. Sempre defendi o modelo alemão, com mandatos de 12 anos. É hora de dar lugar a outro ministro”, declarou Barroso após o anúncio oficial de sua aposentadoria.
