Voz feminina ecoa na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

Nesta segunda-feira (29), teve início em Brasília a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), sob o lema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”. Após quase uma década sem acontecer, o evento voltou a reunir cerca de 4 mil mulheres de todo o Brasil, trazendo para o centro do debate a voz feminina como elemento indispensável à democracia.

Durante a abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel das mulheres — anônimas e conhecidas — na construção de um país mais justo. “O futuro da humanidade é feminino”, afirmou.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou que a conferência é também um espaço de alerta em ano pré-eleitoral: candidatos que não respeitam as mulheres não podem ter o voto feminino.

Vozes diversas, pautas plurais

A abertura da CNPM deu microfone às representantes da sociedade civil, que expressaram demandas e reafirmaram o protagonismo das mulheres em todas as áreas da vida nacional:

  • Clátia Vieira, da Marcha das Mulheres Negras, anunciou a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, cobrando políticas públicas efetivas e práticas antirracistas.
  • Iyá Sandrali Bueno, do Conselho Nacional de Direitos da Mulher (CNDM), ressaltou que a interseccionalidade não é detalhe, mas princípio civilizatório da conferência.
  • Melissa Vieira, da Marcha das Margaridas, valorizou as mulheres do campo, das águas e das florestas que alimentam o Brasil.
  • Josy Kaigang, liderança indígena, destacou a luta pela demarcação de terras e a presença das mulheres indígenas no espaço político.
  • Bruna Benevides, travesti e ativista, reivindicou cotas trans em universidades e concursos, além da ocupação paritária nos parlamentos.
  • Janaína Farias, da Articulação Brasileira de Lésbicas, apontou a invisibilidade da saúde de mulheres lésbicas e bissexuais nas políticas públicas.

Um palco para ser ouvida

Mais do que um encontro, a 5ª CNPM reafirmou-se como espaço de resistência, de denúncias e de proposições. Cada fala trouxe à tona a pluralidade de mulheres que constroem o país — negras, indígenas, trabalhadoras do campo, trans, lésbicas, bissexuais.

O tom geral foi claro: sem a voz das mulheres, não há democracia possível.

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