Lula defende democracia, direitos humanos e ações climáticas em discurso na ONU

O Brasil abriu a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abordou questões internas e temas globais em cerca de 18 minutos.

Entre os pontos centrais, Lula criticou as sanções unilaterais e arbitrárias que fragilizam o multilateralismo e alertou para o crescimento do autoritarismo no mundo. “A autoridade desta organização está em xeque. Intervenções unilaterais e atentados à soberania se tornam regra”, afirmou, reforçando a necessidade de diálogo e respeito às normas internacionais.

Defesa da democracia e do Estado de Direito

O presidente destacou a recente condenação de um ex-chefe de Estado brasileiro por atentado contra a democracia, sem citar nomes, e afirmou que não há espaço para impunidade. Segundo Lula, a democracia exige mais do que eleições; precisa de redução das desigualdades e garantia de direitos fundamentais para todos.

Combate à pobreza e à desigualdade

Lula também abordou a pobreza e a desigualdade, ressaltando que ambas são inimigas da democracia. Criticou a injustiça de que mulheres recebam salários menores ou sejam vítimas de violência, e condenou a culpabilização de migrantes pelos problemas sociais.

Tecnologia e proteção da infância

O presidente ressaltou o papel das big techs, reconhecendo seu potencial positivo e os riscos que oferecem. Destacou a aprovação recente de legislação brasileira para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital, reforçando que a democracia se mede também pela proteção das famílias.

Direitos humanos e Palestina

Em um dos momentos mais incisivos, Lula denunciou o que chamou de genocídio em Gaza, defendendo o reconhecimento da Palestina como Estado e alertando sobre o risco de desaparecimento do povo palestino. “Nada justifica a morte de dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes”, afirmou.

América Latina e diálogo regional

O presidente abordou a situação da América Latina, defendendo o diálogo na Venezuela, o direito do Haiti a um futuro livre de violência e criticando a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo. Também destacou a importância de combater o tráfico de drogas por meio da cooperação internacional.

Clima e COP30

Lula chamou atenção para a crise climática e propôs a criação de um conselho global para monitorar ações climáticas. O presidente anunciou que o Brasil sediará a COP30 em Belém, que ele classificou como “a COP da verdade”, cobrando compromissos sérios de líderes mundiais para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Homenagem a Mujica e Papa Francisco

No encerramento, Lula lembrou o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e o Papa Francisco, destacando que ambos representaram valores humanistas e que, se estivessem vivos, usariam o espaço para inspirar ações corajosas contra a exploração do medo e do ódio.

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