A Paz em Xeque

Celebrado mundialmente em 21 de setembro, o Dia Internacional da Paz convida à reflexão sobre o que realmente significa paz. No plano internacional, é o cessar-fogo, a diplomacia, a negociação entre nações em conflito. No Brasil, a paz é outra, menos visível, mas igualmente urgente.

Nosso país enfrenta um desafio silencioso: a polarização política crescente, os ataques às instituições, a desinformação e a radicalização ideológica corroem a confiança social. Qual é a paz possível quando discursos inflamados nas redes sociais e confrontos políticos transformam divergência em hostilidade? Quando a convivência democrática parece depender do silêncio ou da submissão?

Essa “paz” brasileira, portanto, não é ausência de guerra, mas ausência de diálogo, compreensão e responsabilidade pública. É a paz de conveniência, que se quebra a cada eleição, a cada medida polêmica, a cada ataque ao Estado de Direito.

O verdadeiro exercício de paz exige mais: líderes que saibam unir, ouvir e negociar. Instituições fortes que protejam direitos e garantam justiça. Cidadãos que valorizem o debate e respeitem a diferença. Só assim a paz deixa de ser retórica e se torna prática política.

No contexto atual, a pergunta “que paz é essa?” nos obriga a olhar para dentro e refletir: o Brasil precisa mais de governança responsável do que de gestos simbólicos. Sem isso, qualquer avanço social ou econômico continuará vulnerável.

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