Na próxima segunda-feira (15), o Brasil vai conhecer qual será o longa-metragem escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para disputar uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar de 2026.
A expectativa é maior do que em outros anos porque o país vive um momento histórico por causa da estatueta recebida este ano pelo Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor inédito do prêmio.
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Com obras plurais, o cinema brasileiro mostra força, pluralidade e criatividade. Entre os seis filmes que buscam a indicação, dois se destacam pelo viés político, abordando períodos de repressão e resistência.
Um dos mais cotados é O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, aclamado no Festival de Cannes em 2025, onde conquistou os prêmios de Melhor Filme da Crítica e Melhor Ator para Wagner Moura.
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Ambientado em 1977, durante a ditadura militar, o longa acompanha Marcelo, um professor de tecnologia que tenta recomeçar a vida em Recife, mas acaba mergulhado em um universo de espionagem e paranoia.
Outro forte candidato é O Último Azul, vencedor do Prêmio da Crítica em Berlim este ano. O longa propõe uma alegoria distópica sobre regimes autoritários, sem situar a narrativa em uma época específica. Na trama, idosos são condenados ao isolamento, enquanto a história revela um ambiente de opressão e resistência.
Manas e Kasa Branca
Histórias de denúncia social também disputam a indicação brasileira. A diretora Mariana Brennand concorre com Manas, inspirado nos casos de exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, no Pará.
Exibido também em Cannes, o filme foi premiado por sua relevância social. Ele acompanha Tielle (Jamilli Corrêa), uma menina de 13 anos que vive com a família em uma palafita, enfrentando pobreza e vulnerabilidade.
Do Rio de Janeiro vem Kasa Branca, de Luciano Vidigal, que já coleciona prêmios em festivais nacionais. Inspirado em histórias reais, retrata a vida na Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. O longa acompanha três adolescentes: Dé, Adrianim e Martins e a relação afetiva de Dé com sua avó Dona Almerinda (Teca Pereira), que enfrenta o mal de Alzheimer.
Retratos urbanos e sertanejos
Outro concorrente é Baby, de Marcelo Caetano, ambientado em São Paulo. O filme, exibido em uma mostra paralela em 2024, rendeu a Ricardo Teodoro o prêmio de Melhor Ator. A trama aborda juventude, masculinidade e crítica social em cenários urbanos.
Fechando a lista está Oeste Outra Vez, de Érico Rassi, um faroeste sertanejo ambientado no interior de Goiás. O longa retrata homens rudes e frágeis em conflito, com rivalidades violentas que remetem à tradição dos filmes do gênero, mas com sotaque e identidade brasileiros.
A Academia Brasileira de Cinema divulgou na segunda-feira (8) a lista dos seis filmes finalistas para vaga de representante do Brasil ao Oscar 2026.