Mais um 7 de Setembro chega, e com ele a lembrança da nossa tão falada independência. O curioso é que, mais de 200 anos depois, ainda estamos tentando descobrir de quem realmente queremos nos libertar: dos impostos? Da corrupção? Das brigas políticas intermináveis? Ou, quem sabe, do hábito nacional de sempre dividir o país em “nós contra eles”?
É quase poético: um Brasil que comemora a união, mas que mal consegue concordar sobre o que comer no churrasco do feriado. Uns vão para a rua vestidos de verde e amarelo, outros preferem ficar em casa reclamando das notícias — e no fim, todos se encontram no trânsito ou na fila do supermercado, igualmente indignados.
Independência, afinal, deveria ser mais do que um grito às margens do Ipiranga. Talvez seja a capacidade de pensar com a própria cabeça, de respeitar as diferenças e, quem sabe, de sonhar com um Brasil que gasta mais energia resolvendo problemas do que discutindo nas redes sociais.
Enquanto isso, seguimos “independentes”, mas cada vez mais dependentes de esperança, paciência e, claro, de um bom meme para aguentar o noticiário do dia.
Feliz 7 de Setembro, Brasil. Que a gente ainda aprenda a ser livre — de verdade.
