Apoiadores de Bolsonaro realizam atos no 7 de Setembro pedindo anistia e criticando o STF

Neste domingo (7), feriado da Independência do Brasil, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em diversas cidades do país para pedir anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro e outros crimes contra a democracia. As manifestações tiveram como lema “Reaja, Brasil: o medo acabou” e foram marcadas por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes.

Em São Paulo, o ato na Avenida Paulista reuniu cerca de 42,2 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor Político do Cebrap/USP, com margem de erro de 12%, indicando público entre 37,1 mil e 47,3 mil. O evento contou com uma bandeira gigante dos Estados Unidos e cartazes pedindo que o presidente americano Donald Trump pressione o STF. O governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) participou do ato, classificou Moraes como “tirano”, defendeu a anistia e a candidatura de Bolsonaro em 2026.

Durante o discurso, Tarcísio afirmou:
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país.”
Ele também incentivou gritos de “anistia já” para pressionar o Congresso a colocar o tema em votação.

No Rio de Janeiro, o ato ocorreu na orla de Copacabana, com cerca de 42,7 mil participantes. Entre os discursos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem (PL) defenderam a anistia e criticaram o STF.

O ex-presidente Bolsonaro permanece em prisão domiciliar e não pôde participar de eventos públicos nem por vídeo, devido a medidas restritivas. A segunda-feira (9) marcará a retomada do julgamento no STF, em que ele pode ser condenado por golpe de Estado e outros quatro crimes, com penas que podem somar até 43 anos de prisão.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou dos atos emocionada, afirmando que há perseguição política contra a família:
“Hoje, ele não pode falar. Ele gostaria muito de estar aqui ou até entrar em videochamada, porque as nossas liberdades estão cerceadas.”

Em resposta, o ministro Gilmar Mendes afirmou:
“O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. Crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão.”

O 7 de Setembro de 2025 evidencia novamente a polarização política no país, com atos pró-Bolsonaro pedindo anistia e críticas às instituições democráticas, enquanto o STF se prepara para decisões judiciais de grande impacto nacional.

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