Oitavo estado mais populoso do país e com a terceira maior taxa de mortes violentas em 2017 (atrás apenas do Rio Grande do Norte e do Acre), o Ceará entrou em crise de segurança pública no início de Janeiro. Foram contabilizados 205 ataques desde o início do ano, em 46 cidades do estado. As facções criminosas atuavam especialmente no período da noite, incendiando ônibus e atirando em delegacias, agências bancárias e prédios públicos.
No estado, há 3 faccoes criminosas: o Primeiro Comando da Capital (PCC), a Guardiões do Estado (facção local, que atua como um “braço do PCC”) e o Comando Vermelho. Em 2016, PCC e Comando Vermelho, tradicionalmente inimigos, se aliaram para cada facção dominar o tráfico de drogas de regiões distintas, e por isso, o número de homicídios havia diminuído. Em 2017, as facções romperam – o que elevou o número de mortes – e, agora em 2019, a Polícia chegou à informação de que as três facções haviam se juntado novamente para realizar os ataques em prol de um objetivo comum.Mas que objetivo é esse?
O intuito das facções é evitar a implementação do plano do Secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, nomeado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), de fortalecer a segurança do estado isolando os líderes das facções nas prisões e misturando criminosos de diferentes facções nos presídios. Antes, membros das três facções eram destinados a unidades prisionais distintas ao serem presos, o que facilitava a integração entre eles.