Venezuela denuncia envio de navios militares dos EUA e pede ação da ONU contra “ameaças hostis”

A crise diplomática entre Venezuela e Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (26). A Missão Permanente da Venezuela na ONU afirmou que navios militares norte-americanos devem chegar à costa do país no início da próxima semana.

Segundo o chanceler Yván Gil, a medida é uma “escalada de ações hostis” e representa uma grave ameaça à paz regional. Gil pediu que a ONU intervenha para conter as ações do governo americano, que justificou a operação como parte do combate ao narcotráfico no Caribe.

Navios de guerra e submarino nuclear no Caribe

De acordo com o comunicado venezuelano, os EUA deslocaram o cruzador de mísseis guiados USS Lake Erie e o submarino nuclear USS Newport News para a região, além de outras embarcações e aviões militares. A movimentação inclui cerca de 4.000 militares, segundo agências internacionais.

A Venezuela solicitou que a ONU:

  • exija o fim imediato do envio de forças militares ao Caribe;
  • obtenha garantias de que não serão usadas armas nucleares na região;
  • convoque consultas emergenciais na Organização para a Proibição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe;
  • defenda a América Latina e o Caribe como “zona de paz”, conforme a declaração da Celac.

“A escalada de ações hostis e ameaças dos EUA é evidente na implantação de navios de guerra no Caribe, incluindo submarinos nucleares. É uma grave ameaça à paz e à segurança regional”, declarou a chancelaria venezuelana.

EUA acusam Maduro de chefiar cartel de drogas

Washington afirma que a operação tem como objetivo combater cartéis de drogas que transportam entorpecentes da América do Sul para os EUA. Porém, o governo de Donald Trump vem endurecendo o discurso contra Nicolás Maduro, a quem acusa de ser “chefe de cartel narcoterrorista” e “fugitivo”.

O Departamento de Justiça dos EUA acusa Maduro de conspiração para o narcoterrorismo, tráfico de drogas e uso de armas para atividades criminosas. Os EUA chegaram a oferecer US$ 50 milhões (cerca de R$ 275 milhões) por informações que levem à captura do presidente venezuelano.

Entre os equipamentos deslocados estão:

  • três destróieres com sistema de combate Aegis;
  • três navios de desembarque anfíbio;
  • aviões de vigilância P-8 Poseidon.

Em resposta, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa do país contra o que chamou de “ameaças dos EUA”.

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