Câmara aprova urgência de projeto que isenta Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (21), por unanimidade, o requerimento de urgência do projeto de lei (PL) que isenta do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores com salários de até R$ 5 mil. A proposta também prevê redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

De autoria do governo federal, o PL 1.087/2025 é relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Para compensar a perda de arrecadação, o texto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano (ou R$ 50 mil por mês).

Segundo estudo do Dieese, a mudança pode ampliar de 10 milhões para 20 milhões o número de trabalhadores isentos de IR, enquanto a redução parcial deve beneficiar 16 milhões de pessoas. Atualmente, são isentos aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036/mês).

Deputados de diferentes partidos elogiaram a medida. A deputada Jack Rocha (PT-ES) ressaltou que a proposta é uma questão de justiça social: “O verdadeiro investimento no Brasil é quando conseguimos aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil”, afirmou.

O líder do PP, deputado Doutor Luizinho (RJ), destacou a importância de priorizar medidas que beneficiem a população: “Trabalhar a favor do país, a favor da população brasileira… tem a nossa legitimidade para continuar trabalhando em prol do Brasil, e não em prol da política.”

O líder do MDB, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (AL), chamou a iniciativa de “correção histórica”, lembrando que a tabela do IR estava há anos sem atualização pela inflação.

Mesmo a oposição, que havia questionado mudanças no IR, orientou voto favorável, como explicou o líder do PL, deputado Cabo Gilberto Silva (PB): “Quando chega um projeto interessante para o povo brasileiro, nós votaremos sim.”

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a data para a votação do mérito será definida em conjunto com os líderes partidários. Se aprovado, o texto seguirá para análise do Senado Federal.

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