A Polícia Federal (PF) identificou indícios de transferências financeiras suspeitas feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à esposa, Michelle Bolsonaro, e pelo filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), à esposa Heloísa Wolf, nos Estados Unidos.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (20/8) e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões a Michelle no dia 4 de junho, um dia antes de prestar depoimento à PF, sem apresentar justificativa. No mesmo período, o ex-presidente havia declarado ter repassado outros R$ 2 milhões ao filho, para que ele “não passasse dificuldades” nos EUA. No entanto, a investigação identificou outras seis transferências a Eduardo, somando R$ 111 mil, não mencionadas no depoimento.
Ainda conforme o relatório, em 29 de maio, após receber R$ 2 milhões do pai, Eduardo transferiu R$ 50 mil e R$ 150 mil à conta de Heloísa Wolf no Brasil, embora a esposa também estivesse nos Estados Unidos. A PF suspeita que a conta da esposa tenha sido usada como “conta de passagem” para ocultar os valores, evitando bloqueios financeiros.
O documento ressalta que pai e filho utilizaram estratégia idêntica, transferindo recursos às companheiras no mesmo período, configurando indício de ação coordenada para ocultar recursos e evitar medidas judiciais.
A investigação segue em andamento, com análise detalhada das movimentações financeiras e possíveis implicações legais.