O preço da cesta básica de alimentos apresentou redução em 15 capitais brasileiras e alta em outras 12 no mês de julho, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Dieese em parceria com a Conab. Pela primeira vez, o levantamento passou a abranger todas as 26 capitais e o Distrito Federal — antes, era realizado apenas em 17 cidades.
Capitais com maior queda e maior alta
As reduções mais expressivas ocorreram em:
- Florianópolis (-2,6%)
- Curitiba (-2,4%)
- Rio de Janeiro (-2,3%)
- Campo Grande (-2,1%)
Já os maiores aumentos foram registrados no Nordeste:
- Recife (2,8%)
- Maceió (2%)
- Aracaju (2%)
- João Pessoa (1,8%)
- Salvador (1,8%)
- Natal (1,4%)
- São Luís (1,4%)
Cidades mais caras e mais baratas
O maior custo da cesta básica em julho foi registrado em São Paulo (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48).
Os menores valores foram encontrados em capitais do Norte e Nordeste:
- Aracaju (R$ 568,52)
- Maceió (R$ 621,74)
- Salvador (R$ 635,08)
- Porto Velho (R$ 636,69)
Comparativo anual e impacto no salário mínimo
Na comparação com julho de 2024, as 17 capitais acompanhadas desde então apresentaram alta nos preços, variando de 2% em Belém a 19,5% em Recife.
No acumulado de 2025 até julho, todas as 17 capitais registraram aumento, com destaque para Goiânia (0,3%) e Recife (11,4%).
Com base no valor mais alto da cesta (São Paulo), o salário mínimo necessário em julho deveria ser de R$ 7.274,43, equivalente a 4,79 vezes o mínimo em vigor (R$ 1.518). Segundo o Dieese, um trabalhador remunerado pelo piso comprometeu 50,9% do rendimento líquido (após o desconto do INSS) apenas com a compra da cesta básica.
Principais produtos
- Arroz: queda de preço em quase todas as capitais, com destaque para Porto Velho (-7,1%), Palmas (-5,2%) e Florianópolis (-5%). Única alta foi em Recife (0,65%).
- Feijão: redução em 24 capitais, chegando a -6,9% em Vitória e -5,2% em Florianópolis.
- Café em pó: caiu em 21 cidades, especialmente em Belo Horizonte (-8,1%) e Teresina (-3,9%). Houve altas em Macapá (7%) e Cuiabá (1,3%).
- Carne bovina de primeira: variação entre altas em 11 capitais, como Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%), e quedas em 16, sendo a maior em Belém (-2,9%).
O Dieese destacou que fatores como a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, oscilação das commodities e a colheita de grãos influenciaram os preços em julho.