O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (19) que ainda avalia se participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), previstas para setembro em Nova York.
A indefinição ocorre após os Estados Unidos cancelarem, no dia 15 de agosto, os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro. O próprio Padilha não teve o visto revogado, já que o documento está vencido desde 2024.
Durante encontro com jornalistas, o ministro classificou a medida como um “ato covarde” contra sua família e ironizou a repercussão da situação. “Tem gente que acha que o mundo se divide em quem foi à Disney e quem quer ir à Disney. Eu não tenho intenção nenhuma de ir para a Disney”, disse, citando uma frase de Ariano Suassuna.
Relação com o Mais Médicos
O cancelamento dos vistos ocorreu dois dias depois de o Departamento de Estado dos EUA ter revogado documentos de viagem de servidores brasileiros envolvidos na execução do programa Mais Médicos, relançado no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob o nome Mais Médicos para o Brasil.
Padilha ressaltou que a medida não afetará a continuidade da política pública. “Eu sempre falei que isso não ia abalar em nada a nossa defesa do programa Mais Médicos e a ação do Ministério da Saúde em defender a saúde. Vamos continuar trabalhando pelo programa”, declarou.
O programa busca garantir atendimento em regiões remotas e vulneráveis, onde há escassez de médicos para suprir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).
Acordo internacional
O ministro lembrou que, caso opte por comparecer aos eventos nos EUA, estará protegido por um acordo internacional que obriga o país sede a assegurar o acesso de autoridades convidadas. “Se eu tiver a decisão de ir, tem o acordo de sede. Para sediar um organismo da ONU, e a Opas faz parte do sistema ONU, tem que cumprir regras. Uma delas é garantir o acesso das autoridades”, explicou.
Apesar disso, Padilha reforçou que ainda não tomou uma decisão final sobre a viagem, alegando dificuldades em se ausentar de Brasília por conta de votações no Congresso e da implementação do programa Agora tem Especialistas.