Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6), o ex-diretor da Fundação para a Liberdade Online, Mike Benz, acusou o governo dos Estados Unidos, sob a gestão do presidente Joe Biden, de financiar ações que teriam resultado em censura política no Brasil, especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo Benz, o Departamento de Estado norte-americano destinou cerca de US$ 87 milhões a projetos brasileiros entre 2019 e 2023 com o objetivo declarado de combater a desinformação. No entanto, ele alega que tais recursos foram usados para apoiar ONGs, treinamentos e estruturas de controle da informação, que acabaram sendo aplicados contra opositores políticos.
“O que foi feito no Brasil com esses recursos representa uma forma de interferência estrangeira no debate público e na liberdade de expressão”, afirmou Benz, acrescentando que parte das ações foi articulada antes das eleições de 2022 e que o apoio americano à regulação do discurso no país foi reforçado na declaração conjunta entre Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.
Benz apresentou à comissão dados públicos do próprio Departamento de Estado dos EUA, que mostram um crescimento expressivo no volume de repasses para projetos no Brasil a partir de 2019 — quase o triplo da média registrada em anos anteriores.
A fala do ex-diretor gerou forte reação entre parlamentares da oposição, que agora cobram investigações formais e a convocação de autoridades brasileiras e norte-americanas para esclarecer o caso. “Se confirmadas, essas informações revelam uma gravíssima violação da soberania nacional”, afirmou um dos deputados.
Até o momento, nem o governo brasileiro nem a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil se pronunciaram oficialmente sobre as declarações de Benz.
Fonte: TopElegance