Começou nesta terça-feira (5) a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). No Distrito Federal, a coleta está sendo realizada pela Polícia Civil, por meio do Instituto de Identificação de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA), e seguirá até o dia 15 de agosto.
O objetivo da ação é ampliar o banco de perfis genéticos e facilitar a identificação de pessoas desaparecidas em todo o país. A coleta do material genético será realizada no IPDNA, localizado no Complexo da Polícia Civil do DF, das 9h às 18h.
“Cada perfil genético coletado representa uma chance real de oferecer respostas às famílias e de fortalecer nossa política de localização de desaparecidos”, afirmou o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar.
Segundo o delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, a campanha é um marco na política nacional de busca de pessoas desaparecidas. “Estamos plenamente engajados nesse esforço conjunto que une tecnologia, ciência e compromisso com a dignidade humana”, declarou.
Como funciona a coleta
O agendamento pode ser feito pelas delegacias de polícia ou diretamente com o IPDNA, pelos telefones (61) 3207-4365 / 3207-4367, e-mail [email protected], ou pelo WhatsApp (61) 98253-8016.
A coleta é simples, segura e feita por meio de um swab (cotonete) passado no interior da bochecha, podendo, em alguns casos, ser utilizada uma gota de sangue. Não é necessário jejum. Todo o processo é conduzido por equipe qualificada, com cuidado técnico e acolhimento humanizado.
São aceitas amostras de pelo menos dois familiares biológicos da pessoa desaparecida, como pai, mãe, irmãos ou filhos (acompanhados de documentos e, se possível, de objetos pessoais do desaparecido, como escova de dentes, dente ou cordão umbilical).
E depois da coleta?
As amostras coletadas serão inseridas nos bancos de perfis genéticos do IPDNA e no Banco Nacional. Os cruzamentos ocorrem de forma contínua, comparando os dados com os de pessoas localizadas ou restos mortais não identificados.
Em caso de identificação positiva, a família será oficialmente informada pela delegacia responsável e pelo IPDNA. Se não houver identificação imediata, os dados permanecem no banco para cruzamentos futuros.
Distrito Federal é referência no país
O DF tem se destacado na localização de desaparecidos, com 98% de casos resolvidos, segundo o primeiro Anuário de Segurança Pública do DF. Entre as estratégias de sucesso estão o protocolo Sinal de Busca Imediata — que compartilha a imagem da pessoa desaparecida com mais de 30 órgãos em poucos minutos — e a Rede de Atenção Humanizada de Pessoas Desaparecidas.
Além disso, o trabalho conjunto entre as delegacias e os institutos do Departamento de Polícia Técnica (IPDNA, IML, IC e II) segue protocolos padronizados e prioriza a escuta e o cuidado com as famílias.
“Cada minuto conta. E nossas estratégias têm garantido resultados concretos”, destacou o subsecretário de Integração de Políticas Públicas de Segurança, Jasiel Fernandes.