A Polícia Federal apreendeu, nesta segunda-feira (4/8), o celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-mandatário. A medida ocorre no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
De acordo com Moraes, Bolsonaro violou as medidas cautelares que o proibiam de usar redes sociais e de se comunicar politicamente, ainda que por meios indiretos. Segundo o ministro, o ex-presidente utilizou perfis de aliados e familiares para continuar influenciando o debate público, instigando ataques ao Supremo Tribunal Federal e estimulando manifestações antidemocráticas, inclusive com apelos por intervenções estrangeiras.
Entre os pontos citados na decisão, Moraes destacou a ligação entre Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que teria ajudado a manter a presença política do ex-presidente nas redes, contrariando as restrições impostas pela Justiça.
A apreensão do celular ocorreu na casa de Bolsonaro, em Brasília, como parte das ações para garantir o cumprimento das medidas cautelares. Esta não é a primeira vez que o ex-presidente é alvo de operações do tipo. Em uma investigação anterior, ele já teve cerca de US$ 14 mil em espécie apreendidos.
A decisão do ministro reforça o entendimento de que Bolsonaro mantém, mesmo fora do poder, uma “influência ativa no debate público por vias alternativas”, contrariando ordens judiciais e alimentando tensões institucionais.
A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova operação.
