O senador Marcos do Val (Podemos-ES) se tornou alvo de nova fase da investigação da Polícia Federal e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica nesta segunda-feira (4), após retornar dos Estados Unidos. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta ao descumprimento de ordens judiciais por parte do parlamentar.
Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, Marcos do Val foi recepcionado por agentes da Polícia Federal. Acompanhado de seu advogado, seguiu direto para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde o equipamento foi instalado.
O senador é investigado por fazer ataques públicos, por meio das redes sociais, a policiais federais envolvidos nas apurações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Desde agosto de 2024, ele estava proibido de deixar o país, teve suas redes sociais suspensas, suas contas parcialmente bloqueadas e os passaportes retidos por ordem judicial. No entanto, o passaporte diplomático — que estaria em seu gabinete no Senado — não foi apreendido, permitindo que o parlamentar embarcasse para os Estados Unidos durante o recesso do Congresso.
Marcos do Val passou 10 dias em Orlando, na Flórida, ignorando as restrições impostas pelo STF. Para o ministro Alexandre de Moraes, a viagem representa uma “afronta direta às determinações do Judiciário” e reforça a necessidade de medidas mais rígidas de controle.
Além do uso da tornozeleira eletrônica, Moraes impôs ao senador um recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h, incluindo finais de semana. A nova decisão busca garantir o cumprimento das medidas cautelares e evitar obstruções às investigações em curso.
O caso amplia a pressão sobre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que vêm sendo investigados por envolvimento em ações contra a democracia e pelo descumprimento de decisões judiciais. Marcos do Val, que até o momento segue com o mandato parlamentar, ainda não se pronunciou publicamente sobre as novas restrições.
