Brasília, 28 de julho de 2025 – Em um gesto de liderança e articulação política, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tomou a dianteira nas tratativas para conter os impactos do chamado “tarifaço” anunciado pelos Estados Unidos. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, impõe uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, gerando grande apreensão entre empresários e autoridades.
Na manhã desta segunda-feira (28), Ibaneis se reuniu com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), em Brasília, para propor a realização urgente de um encontro com todos os governadores do país. O objetivo é formar uma frente unificada para discutir e agir diante da crise que pode atingir severamente a economia nacional.
“Vim trazer para ele um convite do Fórum de Governadores. Todos estão muito preocupados, uns vão perder mais, outros menos, mas acredito que temos condições de fazer um diálogo unindo toda a classe política brasileira em torno desse que é um problema nacional”, afirmou Ibaneis após a reunião.
Segundo o governador, Alckmin foi receptivo à proposta e as equipes já trabalham na definição de uma data para o encontro, que deve ocorrer antes de sexta-feira, prazo final antes do início das tarifas.
Postura firme e foco no que une
Ibaneis Rocha deixou claro que o foco da discussão será exclusivamente a questão comercial, evitando contaminações políticas ou ideológicas que possam minar o espírito de união necessário neste momento.
“Nossa postura no fórum agora é tratar de tarifas, porque eu quero o tema que una. A pauta da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, por exemplo, divide muito. O Congresso está com essa questão e precisa debater, mas isso não deve interferir agora nesse esforço coletivo que estamos construindo”, ressaltou.
O governador também não descartou a possibilidade de uma comitiva oficial de governadores viajar a Washington para negociar diretamente com autoridades norte-americanas uma solução para o impasse.
Protagonismo diante da crise
A iniciativa de Ibaneis Rocha é vista como um movimento de responsabilidade institucional e liderança federativa, reunindo governadores de diferentes espectros políticos em torno de um interesse comum: proteger a economia brasileira e as cadeias produtivas que podem ser diretamente impactadas pela medida de Donald Trump.
O anúncio das tarifas, feito no último dia 9 de julho, tem sido interpretado por analistas como uma manobra política e ideológica do ex-presidente dos EUA, com críticas à condução democrática do Brasil e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Enquanto o governo federal, por meio do presidente Lula, estuda retaliações com base na Lei de Reciprocidade, a atuação dos governadores ganha destaque como instrumento de diálogo e equilíbrio, e o Distrito Federal, sob a liderança de Ibaneis Rocha, ocupa posição de destaque nesse cenário.
