Grito de Carnaval resgata memórias dos pioneiros candangos no Museu Vivo

Uma folia cheia de tradição e memórias tomou conta do Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC) nesta quinta-feira (27). Com fantasias artesanais e marchinhas de Carnaval, o evento “Grito de Carnaval com os Pioneiros Candangos” reuniu antigos moradores e construtores da capital, resgatando histórias e celebrações que marcaram a construção de Brasília.

Entre os participantes, a aposentada Áurea Maria da Silva, 66, expressou a alegria de reviver esses momentos. “Me sinto em casa, é maravilhoso. Todos aqui compartilham a história da cidade com muito respeito e carinho”, afirmou. Nascida em Minas Gerais, ela chegou ao DF em 1958, quando a atual região do Núcleo Bandeirante ainda era chamada de Cidade Livre.

A gerente do museu, Eliane Falcão, destacou que a iniciativa surgiu a partir das oficinas realizadas no espaço, que promovem a interação e o resgate de memórias. “Nosso objetivo é reunir a história. A maioria dos participantes tem entre 70 e 90 anos, e esse encontro fortalece suas lembranças e alegrias”, explicou.

O Museu Vivo da Memória Candanga ocupa as instalações do primeiro hospital de Brasília, o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), construído em apenas 60 dias para atender os operários da capital. Um dos que vivenciaram essa época é Florêncio Vilarinho de Sousa, 91, que chegou ao DF em 1957 e ajudou a construir a cidade como carpinteiro e marceneiro. “Vim passear e nunca mais saí. O museu é uma lembrança viva desse tempo”, disse ele, emocionado ao reencontrar um amigo após 50 anos.

Outro pioneiro presente foi Leonardo de Lima, 84, um dos fundadores da Aruc, escola de samba do Cruzeiro. Para ele, o evento reforça a importância do museu na preservação da memória de Brasília. “Quem vem aqui vê onde tudo começou. É uma alegria para o povo”, resumiu.

O MVMC segue com programação aberta ao público de segunda a sábado, das 9h às 17h, recebendo visitantes e escolas para atividades culturais. Rosalina da Cruz, 67, criada no espaço desde os 4 anos, reforça o vínculo emocional com o local. “Cada vez que venho aqui, revivo lembranças inesquecíveis. É sempre uma alegria reencontrar amigos e vizinhos”, declarou.

Mais do que um espaço de memória, o Museu Vivo da Memória Candanga mantém viva a história daqueles que ajudaram a construir Brasília, garantindo que suas trajetórias e experiências sejam lembradas pelas futuras gerações.

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