Política de A a Z: O Voto Feminino e as Contradições do Nosso Tempo

Em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres brasileiras conquistaram um direito básico: o de votar e serem votadas. Um marco na história política do país, fruto da luta de mulheres como Bertha Lutz e Maria Lacerda de Moura, que enfrentaram resistência e preconceito para garantir um espaço feminino nas urnas. Mas, passados mais de 90 anos, a pergunta que fica é: o que realmente mudou?

A participação feminina na política ainda é reduzida, os obstáculos seguem enormes e, ironicamente, muitas das pautas de hoje parecem retrocessos disfarçados de avanço. Enquanto celebramos conquistas, ainda vemos o descaso com candidatas mulheres, a violência política de gênero crescendo e a hipocrisia de um sistema que exalta a mulher na teoria, mas a exclui na prática.

O voto feminino foi uma vitória, mas não um passe livre. Mulheres precisam se qualificar, se posicionar e entender que direitos vêm acompanhados de deveres. Ser mulher na política exige estratégia, coragem e, acima de tudo, consciência do próprio valor.

Aqui, não levantamos bandeiras ideológicas vazias. Somos a favor da equidade, do protagonismo feminino sem vitimismo, da luta baseada em mérito e preparo. O direito ao voto nos foi concedido, mas o poder de decisão ainda precisa ser conquistado todos os dias.

Afinal, o que adianta poder votar se ainda nos impedem de verdadeiramente governar?

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