Mulheres Líderes de Startups: Rumo aos 50%

Em 2015, participei de um evento de investidores anjo e sugeri que pelo menos 50% dos participantes fossem mulheres. Minha fala foi tratada como piada. Naquele ano, apenas 2% das startups tinham líderes femininas. Hoje, esse número subiu para 25% e continua crescendo.

Desde minha trajetória na IBM, onde trabalhei até 2012, percebi como a diversidade impacta a inovação. Como Skills & Development Leader, já apoiava mulheres em suas carreiras, observando desafios como a dificuldade de conciliar trabalho e família e a falta de oportunidades iguais. Esse olhar se intensificou quando comecei a empreender e a participar de redes como a RME – Rede Mulher Empreendedora e o Grupo Mulheres do Brasil.

Ao ingressar no ecossistema de investimentos anjo, a ausência feminina me inquietou. Mulheres representavam apenas 2% dos investidores. Decidi agir, compartilhando experiências, promovendo mentorias e conectando mulheres ao setor. Em 2022, criei o podcast Ela Investe, que já conta com mais de 150 episódios, abordando empreendedorismo e diversidade, tornando-se referência na área.

Hoje, cerca de 25% dos investidores anjo são mulheres. Como investidora, priorizo startups com liderança feminina e foco no crescimento do Norte e Nordeste do Brasil. Em 2024, investi na Pittaco, plataforma de imagem pessoal para mulheres negras liderada por Caren Cruz, e no Grupo AME, rede de clínicas para crianças com TEA em Feira de Santana (BA), comandada por três mulheres e um sócio.

Meu compromisso é continuar ampliando essa participação. Se em 2015 minha sugestão de 50% parecia utópica, agora é uma meta viável e necessária. A diversidade não é apenas uma causa, é um fator essencial para o crescimento do ecossistema de startups no Brasil.

Últimas