A disputa pela presidência do Senado Federal, marcada para 1º de fevereiro, intensificou o debate político e revelou divergências dentro do Partido Liberal (PL). O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou publicamente a candidatura do senador Marcos Pontes (PL-SP), destacando que a estratégia pode prejudicar o partido.
Durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou: “Marcos Pontes, boa sorte a você. Mas lamento essa situação, porque você sabe que não tem como ganhar. O voto é secreto e, se embarcarmos na sua candidatura, vamos perder comissões importantes”. Bolsonaro ainda relembrou o apoio dado a Pontes em 2022, quando o senador foi eleito com 10,7 milhões de votos: “Deixei de lado meu amigo Marcos Feliciano para apoiar você. Esse é meu pagamento?”.
Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, anunciou sua candidatura em outubro do ano passado, ressaltando que agiria com equilíbrio e justiça caso fosse eleito. Ele defendeu uma composição proporcional e imparcial na Mesa e nas comissões do Senado, mas sua candidatura enfrenta desafios. O próprio PL declarou apoio ao adversário Davi Alcolumbre (União-AP), que conta com ampla articulação e apoio de sete bancadas, incluindo PSD, MDB, PT, PP, PDT e PSB. Esses partidos, juntos, somam 69 dos 81 senadores, mas o voto secreto pode trazer surpresas no resultado final. Para vencer, o candidato precisa de 41 votos.
Apesar das críticas de Bolsonaro, Pontes afirmou que sua decisão foi motivada pela consciência e pelo desejo de contribuir para uma liderança equilibrada no Senado. Ele reconheceu a complexidade da disputa, mas destacou sua disposição em seguir adiante, mesmo sem o apoio formal do partido.
A eleição para a presidência do Senado será decisiva para a definição das lideranças e dos rumos legislativos nos próximos anos, refletindo não apenas as alianças partidárias, mas também a dinâmica de poder dentro do Congresso Nacional.