A cada quatro anos, os eleitores do Distrito Federal observam à distância o cenário das Eleições Municipais nos 5.569 municípios brasileiros, onde eleitores escolhem prefeitos e vereadores. O DF, porém, é a única unidade federativa com competências estaduais e municipais, por isso fica de fora dessas eleições.
De 1960 a 1969, no entanto, a capital contava com prefeitos no comando do Executivo local, segundo o artigo 5º da Lei nº 3.751, de 13 de abril de 1960. Essa lei previa a organização do Distrito Federal, estabelecendo que o governo seria liderado por um prefeito, nomeado pelo presidente da República, e uma câmara de 20 vereadores eleitos pelo povo – embora esses vereadores nunca tenham assumido, com o Congresso Nacional e o Senado ocupando essa função até a década de 1990, quando surgiram os deputados distritais.
Durante os nove anos em que Brasília teve prefeitos, 12 políticos ocuparam o cargo, incluindo interinos. O primeiro deles foi Israel Pinheiro, mineiro convidado por Juscelino Kubitschek, que esteve à frente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e governou de abril de 1960 até janeiro de 1961. Pinheiro foi essencial na construção de Brasília e na criação de órgãos administrativos da nova capital. Já o último prefeito foi Wadjô da Costa Gomide, que governou de 1967 até 1969 e contribuiu com obras como a construção do Palácio do Buriti e a emancipação do Guará como região administrativa.
Em 1969, a Emenda Constitucional nº 1 alterou o cargo de prefeito para governador, mas a indicação presidencial permaneceu até a década de 1980. Com o processo de redemocratização, o Distrito Federal buscou mais autonomia política, elegendo seu primeiro governador por voto popular em 1990, Joaquim Domingos Roriz, juntamente com os 24 deputados distritais.