O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a celebração anual da Revolução dos Cravos, falou sobre a necessidade de seu país assumir responsabilidade e pedir desculpas pelo comércio de escravos, marcando a primeira vez que uma autoridade portuguesa aborda essa questão. Rebelo de Sousa destacou que pedir desculpas é apenas o primeiro passo e que Portugal deveria assumir a responsabilidade para construir um futuro melhor.
Apesar de reconhecer os impactos positivos da colonização do Brasil, como a difusão da língua portuguesa, o presidente também mencionou os aspectos negativos, como a exploração dos povos indígenas e a escravidão.
Autoridades portuguesas raramente comentaram sobre o passado colonial do país, que inclui territórios como Brasil, Angola, Cabo Verde, Timor-Leste, Índia e Moçambique.
Um relatório do Conselho da Europa, assinado pela comissária para os Direitos Humanos, Dunja Mijatovic, apontou que Lisboa precisa tomar mais medidas afirmativas para confrontar seu passado colonial e seu papel no tráfico de escravos, visando combater o racismo e a discriminação, especialmente diante do aumento de crimes de ódio com motivação racial em Portugal.