“Vacina é prioridade zero”, diz deputada Flávia Arruda

A Deputada Flávia Arruda presidente da CMO iniciou os trabalhos na semana passada. Nas mãos da deputada fica a atribuição de conduzir a aprovação de um projeto de lei orçamentário que está atrasado.

Em dois meses, é preciso aprovar o Orçamento de 2021, com duas dificuldades quase intransponíveis: recriar o auxílio emergencial sem ainda ter a fonte de financiamento e garantir recursos para a compra de vacinas contra a COVID.

A imunização, segundo Flávia Arruda, é prioridade total. Mas não se pode permitir que as pessoas morram de fome por causa da crise provocada pela pandemia. Tarefa difícil.

O Congresso vai conseguir aprovar o Orçamento de 2021 até abril, como prevê o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco?
Temos de aprovar o Orçamento até o fim de março, para o país andar, para o governo ter condições de tocar os projetos prioritários. Esse atraso foi muito ruim, mas as eleições do deputado Arthur Lira e do senador Rodrigo Pacheco pacificaram o ambiente político.
Vai ter novo auxílio emergencial? Em que condições?
A crise social é grave. Quem tem fome tem pressa. Defendo novo auxílio emergencial, nos limites do possível.
Bolsonaro disse que vai precisar fazer dívida para pagar o auxílio. De onde vai sair o dinheiro?
O relator do Orçamento, senador Marcio Bittar, e eu tivemos a primeira reunião com o ministro Paulo Guedes, e nossas equipes técnicas estão trabalhando. Vamos encontrar caminhos.
Ao assumir a CMO, você disse que a prioridade são as vacinas. Os recursos para a compra de imunizantes estão assegurados?
A vacina é prioridade zero. Não pode e não vai faltar dinheiro.
Como é possível acelerar a aquisição de vacinas?
Essa é uma responsabilidade do Executivo. O mundo todo está correndo atrás das vacinas. Não podemos ficar para trás. Não podemos perder mais vidas.
Dá para pensar em reajuste para as forças de segurança?
O momento é muito difícil para qualquer aumento de despesas, tanto no plano federal como nas unidades da Federação. O cobertor é curto. As prioridades, repito, são a vacina, o auxílio emergencial para quem está passando fome e a retomada da economia e dos empregos, que só acontecem se soubermos atender às duas primeiras prioridades sem desorganizar a economia, sem crescer a dívida pública. Mas, mesmo em tempos difíceis, não dá para viver sem esperança.
Você é amiga de Rodrigo Maia, mas apoiou Arthur Lira para a presidência da Câmara. Como lidou com isso?
Quando a conversa é franca, a amizade é longa. Sou amiga do Rodrigo e muito amiga do Arthur. Rodrigo foi o primeiro a quem eu disse que seguiria a orientação do meu partido, e da minha consciência, e votaria no Arthur, que reuniu as condições políticas para dar estabilidade às relações institucionais, num momento em que já temos crises grandes demais.
Ficou alguma mágoa da parte dele?
Tenho certeza de que não. Já tivemos outras discordâncias políticas e isso nunca afetou nossas relações pessoais. Ele, inclusive, já esteve na minha casa depois que deixou a presidência. Eu não deixo eventuais discordâncias afetarem as relações pessoais. Aliás, precisamos acabar com esse radicalismo que divide amigos e até familiares. Podemos ser capazes de ter posições diferentes num clima de diálogo e respeito.
Com Arthur Lira na presidência da Câmara, o Centrão vai reivindicar mais espaço no governo Bolsonaro?
O que penso é que num presidencialismo de coalizão é fundamental o presidente fazer composições políticas com o Congresso e estabelecer uma maioria parlamentar.
Acredita que Bolsonaro vai recriar o Ministério do Planejamento?
Não tenho essa informação. O que eu acho é que a crise da COVID é a maior da nossa geração. E as consequências econômicas e sociais são muito grandes. Dar estabilidade econômica para o país voltar a receber investimentos é fundamental. Por isso, meu primeiro gesto como presidente da Comissão Mista do Orçamento, com o relator, o senador Marcio Bittar, foi visitar e estabelecer um diálogo com o ministro Paulo Guedes.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala em aprovar o auxílio emergencial por meio da PEC da Guerra. O governo não se preparou para uma pandemia prolongada?
Nenhum governo esperava uma tragédia como esta. A questão é como cada um reagiu à pandemia. Mas a hora não é de procurar culpados e, sim, encontrar soluções. E a única saída é a vacina. E rediscutir a PEC da Guerra pode ser realmente necessário para termos mais alguns meses de auxílio emergencial.
Acha que teremos um ano mais difícil em termos econômicos do que 2020, com a lentidão na imunização da população e novas cepas de coronavírus surgindo?
Tenho muita esperança de que o mundo, por meio da ciência, vai vencer o vírus. Mas este ainda será um ano muito difícil. Teremos vários desafios além da vacina. Vivemos uma crise social grave, em que milhões de brasileiros não têm comida na mesa. Isso é grave e urgente. Por isso, defendo o auxílio emergencial com responsabilidade fiscal.
Fonte: CÂMARA DOS DEPUTADOS/DIVULGAÇÃO

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