A fabricação de panificados da produtora rural Francisca Luciene Campos Freitas começou pequena, na cozinha de sua casa, uma propriedade no Núcleo Rural Barra Alta, em Tabatinga, Planaltina. O foco era não deixar a família passar necessidade durante a pandemia. Com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), a venda de pães e biscoitos se tornou a principal fonte de renda da família.
“Na área rural, a gente não tem por perto uma pizzaria, uma hamburgueria; então, quando eu comecei a vender lanches diferentes para comer com a família, o negócio bombou”
Francisca Luciene Campos, produtora rural
Luciene, como gosta de ser chamada, conta que, desde que chegou ao Barra Alta, há cerca de dez anos, conheceu a Emater e passou a participar dos cursos oferecidos pela empresa com o objetivo de obter renda em sua propriedade rural. Foi assim que conheceu o artesanato com fibra de bananeira, a primeira atividade que lhe permitiu recursos garantidos para sustentar a família.
O marido dela, Rafael Freitas, também trabalha com artesanato, produzindo peças em madeira. Com a queda nas vendas, ainda durante a pandemia, surgiu a ideia de vender lanches na própria comunidade. “Na área rural, a gente não tem por perto uma pizzaria, uma hamburgueria; então, quando eu comecei a vender lanches diferentes para comer com a família, o negócio bombou”, conta Luciene.
Foi então que a extensionista rural e economista doméstica da Emater Andreia Gonçalves falou com a produtora sobre o Programa de Fomento Rural. “Nós acompanhamos a Luciene e vimos que, após perder a possibilidade de vender seus artesanatos, ela começou a fazer comida e vender na região, mesmo com muita dificuldade”, explica Andreia – que cadastrou a produtora no Cadastro Único.
Geração de renda
“Andreia me perguntou se, caso o fomento desse certo, o que estava na minha mente de fazer com o dinheiro, e eu logo pensei no forno”, revela Luciene. “Pesquisei bastante para comprar o forno, mas o que eu queria tinha um valor maior do que a parcela do fomento, então eu falei para Andreia que iria esperar para comprar. Trabalhei para juntar o restante do valor e deu certo”.
O trabalho executado pela Emater de promover o acesso a essa política pública aumentou a produção de Luciene e, consequentemente, a sua renda. Hoje, o carro-chefe são as cucas e pães recheados, mas a família também fabrica pizzas, salgados, biscoitos e bolos, entre outros petiscos. “Aqui, tudo o que a gente leva para vender, a gente vende”, afirma.
O negócio foi batizado de Cantina Valentim’s, nome dado em homenagem ao sobrenome da mãe de Luciene. A escolha se reflete, também, no apoio de toda a família ao novo negócio. “Meu filho me ajuda na divulgação e me leva para entregar os produtos e expor nas feiras”, conta. “A minha filha me ajuda a etiquetar e contar a produção. Já o meu esposo me ajuda nas vendas e também me auxilia na cozinha”. A produtora também recebe apoio do sogro e da sogra.
“O que mais deu certo foi o esforço da Luciene, que fazia seus pães durante a noite e vendia durante o dia; ela tem essa vontade de trabalhar e fazer acontecer”, avalia Andreia. Com a verba do programa, ela ainda pretende adquirir novas ferramentas de trabalho. “Daqui para a frente, eu sonho em fazer a minha cozinha do jeito certinho que deve ser e comprar mais equipamentos”, diz. “Se você tem um equipamento bom para trabalhar, você prospera”.
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Programa de Fomento Rural
O Programa de Fomento Rural busca combinar duas ações: o acompanhamento social e produtivo e a transferência direta de recursos financeiros não reembolsáveis às famílias de beneficiários para sua estruturação produtiva. O objetivo é que famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade iniciem, ampliem ou diversifiquem a produção de alimentos ou de atividades geradoras de renda, contribuindo para a melhoria da segurança alimentar e nutricional e a superação da situação de pobreza.
São elegíveis famílias que estão no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo federal, sendo o recurso para o projeto produtivo recebido por meio do cartão do Bolsa Família.
*Com informações da Emater
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Fonte: Agência Brasília