A francesa fará parte de um trio de arbitragem feminino que arbitrará Costa Rica x Alemanha na partida do Grupo E nesta quinta-feira (1); seis árbitras, de Ruanda, Japão e dos EUA, estão nesta edição do evento
O anonimato tradicional de Stéphanie Frappart foi quebrado por um motivo diferente – ela fará história na quinta-feira (1) como a primeira mulher a arbitrar uma partida masculina da Copa do Mundo.
Ao lado das assistentes Neuza Back, do Brasil, e Karen Diaz, do México, a francesa fará parte de um trio de arbitragem feminino que arbitrará Costa Rica x Alemanha na partida do Grupo E.
Seis árbitros do sexo feminino têm arbitrado nesta Copa do Mundo – as árbitras Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita, bem como as árbitras assistentes Back, Diaz e Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos.
A FIFA anunciou sua nomeação em maio, quando Frappart descobriu que ela iria para a Copa do Mundo de 2022 no Catar.
“É uma surpresa, não dá para acreditar e depois de dois ou três minutos você percebe que vai para a Copa do Mundo. É incrível, não só para mim, mas também para minha família e também para os árbitros franceses”, disse ela à CNN.
Ao longo de sua carreira, Frappart alcançou uma série aparentemente interminável de estreias.
Em 2019, ela se tornou a primeira árbitra a comandar uma partida da Ligue 1, em agosto de 2019 a primeira a comandar uma importante partida europeia masculina e, em 2020, a primeira a arbitrar uma partida masculina da Liga dos Campeões da UEFA.
“Eu sabia que minha vida mudou depois de 2019 porque a maioria das pessoas me reconhecia na rua”, lembra Frappart.
“Portanto, sou como um modelo para as árbitras, mas acho que [também] inspirou algumas mulheres na sociedade ou nas empresas a assumir cada vez mais responsabilidades.”
Já nesta Copa do Mundo, Frappart foi a quarta árbitra em duas ocasiões – tornando-se a primeira árbitra em uma partida masculina da Copa do Mundo no México x Polônia. Mukasanga e Yamashita também foram o quarto árbitro em dois e quatro jogos desta Copa do Mundo, respectivamente.
Mas há uma tensão óbvia entre esses momentos históricos para a igualdade de gênero no futebol e o local em que estão acontecendo, já que os direitos das mulheres são severamente restringidos no Catar.
De acordo com a Anistia Internacional, as mulheres permanecem ligadas a um tutor masculino no Catar – geralmente seu pai, irmão, avô, tio ou marido – e exigem sua permissão para decisões importantes, como casar, acessar cuidados de saúde reprodutiva e trabalhar em muitos empregos públicos.
A CNN entrou em contato com o Comitê Supremo de Entrega e Legado (SC) para comentar, mas no momento da publicação não havia recebido uma resposta.
“Estive muitas vezes no Catar… para a preparação da Copa do Mundo, sempre fui bem recebida. Não sei como é a vida lá, mas não tomei a decisão de ir para lá ou de organizar a Copa do Mundo”, diz Frappart.
“Portanto, agora, 10 anos depois, é difícil dizer algo, mas espero que… esta Copa do Mundo melhore a vida das mulheres lá.”
Fonte CNN