A União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), terceira entidade a firmar um acordo com o Brasil para observar as eleições gerais de outubro, está preocupada com os ataques às urnas eletrônicas — feitos com frequência pelo presidente da República e seus seguidores. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, os representantes da instituição não citaram Jair Bolsonaro (PL) nem avaliaram a possibilidade de um golpe de estado, mas demonstraram a necessidade de que haja cuidado com a lisura do processo de votação para que não dê margem à mínima contestação.
A preocupação da Uniore está voltada para a constante campanha de descrédito das urnas eletrônicas e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que jamais tinham sofrido ataques — e sem comprovação até agora. A entidade teme que haja uma escalada nas animosidades entre grupos políticos, que pode ensejar novos episódios de violência — tal como o que aconteceu em Foz do Iguaçu, quando o agente penitenciário federal Jorge Guaranho assassinou o dirigente petista Marcelo Arruda apenas por divergirem ideologicamente.
A inquietação da Uniore é, também, por causa da profusão de mentiras e desinformações que se prevê que circularão nas redes sociais. A entidade reconhece que desde a adoção das urnas eletrônicas, o Brasil tem sido um exemplo na realização de eleições limpas, seguras e rápidas.
CORREIO BRAZILIENSE